Geração de energia: já contribuímos, e bastante



Por: Adriana Garrote Paschoarelli*

As indústrias brasileiras pagam apenas a metade da conta de luz, e é exatamente onde ocorre o maior índice de desperdício, gastam sem consciência. Se o setor industrial pagasse 100% de sua conta, como pagam os consumidores domésticos, já haveria racionamento, porque teria de economizar, uma vez que são as indústrias as maiores consumidoras de energia elétrica do país. (STIPP, 1999, p. 90).

No Brasil, 17% da energia elétrica gerada são desperdiçados, devido também à má conservação dos fios e cabos da rede de distribuição. Somente nas indústrias o desperdício é de 25%. Lâmpadas acesas sem necessidade, equipamentos antigos, banhos demorados e máquinas desreguladas são os principais responsáveis pela perda de 5 bilhões de dólares por ano. Oito mil dólares é o preço para se instalar um novo chuveiro elétrico e, no mundo, somos a única nação a utilizá-lo. (DIAS, 2001, p. 529).

A construção de novas hidrelétricas causa violentos danos ambientais. É necessário estar atento e refletir sobre a necessidade de desenvolver nossa eficiência energética. Acabar com o desperdício através da mudança de hábitos, utilizar equipamento que faz o mesmo trabalho com menos consumo de energia e, principalmente, investir e utilizar formas alternativas de energia, a solar, a eólica, a geotérmica e a biomassa. (DIAS, 2001, p. 529-530).

É importante destacar que, no Brasil, ainda não se investe o suficiente em pesquisas sobre fontes alternativas de energia. Este seria o papel a ser desenvolvido pelas universidades brasileiras, colocando toda sua infraestrutura – e também seus pesquisadores, professores, técnicos – a esse serviço. As universidades devem estar a serviço da melhoria das condições de vida das comunidades. (STIPP, 1999, p. 91).

Nossa região possui quatro hidrelétricas em pleno funcionamento: Jurumirim (98 MW), Chavantes (414 MW), Paranapanema (32 MW) e a recém-construída Piraju (80 MW).

Somente para a instalação desta última usina, foi desmatada uma área de 295 hectares, constituídos basicamente por mata nativa e terras férteis, o que representa mais de 300 campos de futebol, com 14 mil árvores de grande porte cortadas.

Em tempo: possuímos diversas usinas em nossa região, e assim somos grande contribuinte dentro do sistema elétrico nacional. Aqui é gerada uma quantidade superior à necessidade regional e, portanto, não é necessário construir mais usinas por aqui. (PIROLI, 2011).

É preciso que a sociedade pirajuense saiba exatamente a dimensão dos impactos sócioambientais, culturais e de outros problemas que ela estará assumindo caso se concretize a implantação e funcionamento da última possível hidrelétrica no município. A não ser que depois queiram represar nossos ribeirões, estes também esquecidos e tão desconsiderados, como somos, pelas instâncias federais.

*Contato: adrianagarrote@ig.com.br


Foto: Fernando Franco - OAT

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