Decapitação
por Miguel Pereira
parte 1
Entidades de defesa do meio ambiente e a imprensa local trabalham a duras penas para defenderem o percurso natural do Paranapanema que restou para essa cidade.
O Poder Executivo, o Poder Legislativo e outras pessoas também esforçadas estão agindo com coragem e energia nesse trabalho para que Piraju continue com o Panema vivo e para que a nossa cidade não seja prejudicada, principalmente por ser uma Estância Turística.
É animador notar o racionalismo destas pessoas que estão lutando por uma causa justa e pelos direitos de uma população.
Sabemos que o Rio Paranapanema pertence à união, mas ele não está localizado longe de Piraju. Ao contrário, além do rio passar pela área rural, também passa pela área urbana e pelo centro da cidade. Como o percurso natural de águas ligeiras em pauta segue a jusante da ponte central da cidade, se construíssem mais um barramento, justamente nesse canal, a Estância Turística de Piraju seria imensamente prejudicada.
A substância mais nociva à saúde humana são as fezes portando doenças. Contudo, o sucesso nessa luta só pode ser atingido através de um desenvolvimento integrado que leve verdadeiramente em consideração os fatores locais. Educação no que diz respeito à saúde e os movimentos populacionais também são cruciais.
A área urbana de Piraju tem terreno acidentado, com declividade ao canal do rio; nas épocas de chuvas torrenciais contínuas, as enxurradas conduzem o lixo para as águas do Paranapanema. Com o aumento populacional da cidade e com os conjuntos habitacionais sempre aumentando em tamanho e número de residências, a construção de mais uma barragem do lado de baixo da cidade será inaceitável porque o futuro lago represado se tornará completamente inutilizado para sempre, em detrimento da Estância Turística de Piraju.
É extremamente importante levar em consideração os fatores maléficos que irão atingir a nossa cidade, e não as cidades dos que serão beneficiados economicamente com a degradação do Paranapanema. O canal do rio em pauta flui até chegar no conhecido Parque do Dourado, antiga Pecuária, porque é só um pequeno trecho de rio natural restante com aproximadamente 7,5 quilômetros.
parte 1
Entidades de defesa do meio ambiente e a imprensa local trabalham a duras penas para defenderem o percurso natural do Paranapanema que restou para essa cidade.
O Poder Executivo, o Poder Legislativo e outras pessoas também esforçadas estão agindo com coragem e energia nesse trabalho para que Piraju continue com o Panema vivo e para que a nossa cidade não seja prejudicada, principalmente por ser uma Estância Turística.
É animador notar o racionalismo destas pessoas que estão lutando por uma causa justa e pelos direitos de uma população.
Sabemos que o Rio Paranapanema pertence à união, mas ele não está localizado longe de Piraju. Ao contrário, além do rio passar pela área rural, também passa pela área urbana e pelo centro da cidade. Como o percurso natural de águas ligeiras em pauta segue a jusante da ponte central da cidade, se construíssem mais um barramento, justamente nesse canal, a Estância Turística de Piraju seria imensamente prejudicada.
A substância mais nociva à saúde humana são as fezes portando doenças. Contudo, o sucesso nessa luta só pode ser atingido através de um desenvolvimento integrado que leve verdadeiramente em consideração os fatores locais. Educação no que diz respeito à saúde e os movimentos populacionais também são cruciais.
A área urbana de Piraju tem terreno acidentado, com declividade ao canal do rio; nas épocas de chuvas torrenciais contínuas, as enxurradas conduzem o lixo para as águas do Paranapanema. Com o aumento populacional da cidade e com os conjuntos habitacionais sempre aumentando em tamanho e número de residências, a construção de mais uma barragem do lado de baixo da cidade será inaceitável porque o futuro lago represado se tornará completamente inutilizado para sempre, em detrimento da Estância Turística de Piraju.
É extremamente importante levar em consideração os fatores maléficos que irão atingir a nossa cidade, e não as cidades dos que serão beneficiados economicamente com a degradação do Paranapanema. O canal do rio em pauta flui até chegar no conhecido Parque do Dourado, antiga Pecuária, porque é só um pequeno trecho de rio natural restante com aproximadamente 7,5 quilômetros.
CHEGA DE USINA EM PIRAJU!
Foto: Fernando Franco Amorim/OAT
ABAIXO ASSINADO
Para: Ministro do Meio Ambiente e diretores-presidentes da Agência Nacional das Águas (ANA) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)
A população de Piraju está lutando contra a construção de mais uma usina hidrelétrica no Rio Paranapanema, único rio completamente limpo do Estado de São Paulo.
Para isso será necessário excluir do inventário hídrico nacional o último trecho de corredeiras do Rio Paranapanema no município de Piraju, Estado de São Paulo/Brasil.
A cidade já contribui significativamente para o abastecimento energético do país, sendo uma das cidades mais usinadas do mundo. No território do município já estão instalados três barramentos com cinco aproveitamentos hidroelétricos, sendo duas usinas, três PCHs e quatro lagos.
O Rio Paranapanema é o único não poluído industrialmente no Estado de São Paulo e possui 929 km de extensão, desde a nascente, no município de Capão Bonito/SP, até a desembocadura do Rio Paraná. É um rio inteiramente represado por barramentos de hidrelétricas e tem seus últimos 7,5 km de calha natural dentro do município de Piraju.
Por que isso é importante?
Dos quase 50 municípios do Vale do Paranapanema, Piraju é o único a ter a sua área urbana cortada pelo rio. O "Panema" corre praticamente dentro da região central da cidade, daí a relação da comunidade pirajuense com o rio ser tão intensa e apaixonada.
Nossa história já foi violada com inundações de sítios arqueológicos datados de até 8000 anos, e neste último trecho de calha natural do rio Paranapanema, há também sítios de valor histórico e arqueológico inestimáveis, que devemos e lutamos para preservar.
O Salto do Piraju, também localizado no último trecho de rio ameaçado, é lugar de memória, de história, pois trata-se do local de fundação de nossa cidade.
O Parque Natural Municipal do Dourado é uma Unidade de Conservação e Proteção Integral, criado pelos legisladores locais com diretrizes traçadas pelo SNUC (Sistema Nacional de Unidade de Conservação). Trata-se de uma área de preservação ambiental e de recreação para a comunidade local e regional. Há ainda nesse Parque, já catalogados mais de 230 espécies de aves, muitas delas, raras.
Ainda nessas corredeiras há duas espécies de peixes que estão no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (ICMBio/MMA) e no Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção no Estado de São Paulo (SMA), que são o Dourado, peixe que dá nome ao município de Piraju (Pira = peixe e Ju = amarelo/dourado) e o Surubim-do-Paranapanema, peixe de couro que vive nas partes mais fundas do rio, cujo primeiros estudos de pesquisadores da UFRJ e da USP, é um bagre pré-histórico datado de 15 milhões de anos".
Outro aspecto fundamental a ser considerado é o Programa Social da Escola de Canoagem, que utiliza as corredeiras para a prática da modalidade Slalom. Fundada no início dos anos 2000, a escola revela talentos internacionais como Pedro Henrique Gonçalves (Pepê), Charles Corrêa e Anderson Oliveira, medalhistas que ficaram entre os 10 melhores do mundo nas Olimpíadas de 2016. O local de treinamento é considerado por especialistas a melhor pista de corredeiras naturais do Brasil.
Finalmente, Piraju é uma Estância Turística, e possuir em seu território o último trecho de calha natural do Rio Paranapanema constitui um valioso patrimônio ecológico, cuja utilização racional e sustentável é uma aspiração de toda a comunidade, com vistas ao desenvolvimento do turismo de aventura e ecoturismo.
Apesar de toda essa riqueza elencada, sofremos constantemente ameaças de grupos interessados em ganhar dinheiro as custas de destruir a história do rio com a comunidade, represando nossas águas.
A última investida dos grupos interessados no barramento levou à anulação das várias leis de proteção deste trecho, através de demanda pela justiça, onde o Supremo Tribunal Federal (STF) as julgou inconstitucionais.
Campanha criada por: Organização Ambiental Teyquê-Pê (OAT)
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