ATENÇÃO PIRAJUENSES !!
Hoje, 29/02, quarta-feira, às 19h00, na Câmara de Vereadores de Piraju, a empresa que pretente DESTRUIR o último trecho vivo do Rio Paranapanema, vai fazer uma palestra para tentar, mais uma vez, ENGANAR a população e as autoridades, oferecendo contrapartidas IRRISSÓRIAS e INÚTEIS para a cidade e para o povo.

TODOS ESTÃO CONVIDADOS A COMPARECER E PROTESTAR PACIFICAMENTE CONTRA ESSE ASSÉDIO INESCRUPULOSO AO TRECHO TOMBADO DO RIO PARANAPANEMA, QUE É UMA AFRONTA ao POVO DE PIRAJU e ÀS LEIS QUE PROTEGEM O NOSSO MAIOR PATRIMÔNIO AMBIENTAL, HISTÓRICO e CULTURAL !!!

Vai palestrar Afonso Henrique Moreira Santos, sócio consultor no mercado de PCHs por meio da IX Consultoria e Representações. Afonso Henrique já foi diretor da ANEEL e secretário executivo do Ministério de Minas e Energia na época do racionamento de energia em 2001.
Piraju já sofre o impacto sócioambiental de 4 usinas hidrelétricas e contribui o bastante com a geração de energia elétrica para o Estado de São Paulo e para o Brasil. Agora, chega!
Após mais de 40 anos sendo explorada por usinas, os benefícios efetivos para o povo sempre foram mínimos e quem sempre lucrou foram os donos das usinas hidrelétricas.
Não deixe que forasteiros DESTRUAM NOSSAS CORREDEIRAS e COLOQUEM DEBAIXO D'ÁGUA o PARQUE DO DOURADO e o PARQUE da FECAPI !!
PARTICIPE DO PROTESTO ANTI-USINA, DIVULGUE, COMPARTILHE !! 
LUTE COM A GENTE e NÃO PERMITA QUE DESTRUAM NOSSO RIO e NOSSA CIDADE!

Organização Ambiental Teyquê-pê - OAT
Movimento Chega de usina em Piraju!
Campanha "Eu sou do Rio de Piraju"

Palestra esclarece pirajuenses sobre efeitos negativos de PCH´s

No último dia 15, o Professor da Unesp de Ourinhos Edson Luis Piroli ministrou a palestra "Pequenas Centrais Hidrelétricas: Pequenas na geração de energia, Grandes na geração de impactos" na Loja Maçônica de Piraju.
O público lotou o local, os vereadores Valberto Zanatta e Luciano Louzada, que já se manifestaram contrários ao projeto da ECBrasil, estiveram presentes, assim como o vereador Eduardo Pozza, que em entrevista a uma rádio local nas últimas semanas, praticamente se declarou favorável à nova usina.
Na ocasião, o palestrante mencionou tipos alternativos de energia, como eólica, a maré motriz e a solar, na qual países desenvolvidos, como a Alemanha, vem investindo bastante nos últimos anos, apesar de estar localizada numa região de baixo aproveitamento desse tipo de energia. O Brasil, com sua localização privilegiada nesse sentido (está na linha do Equador), seria muito bem sucedido caso incentivasse o uso da energia solar. Piroli provoca: "Em vez de o BNDES incentivar a destruição de rios, porque não incentiva a produção de uma energia realmente limpa?"
Não só os aspectos ambientais foram citados pelo professor. Ele abordou os impactos sociais causados pela construção da hidrelétrica, como os gastos que o Município teria com os serviços básicos para as famílias de fora que se instalariam na cidade durante a construção da usina, o aumento da criminalidade e também da prostituição,cujos casos aumentam com a vinda de pessoas sem vínculo com o município.
Além disso, foi debatida a questão da ética a respeito de uma empresa, que nem é da região,propor à cidade que altere suas leis para acolher um empreendimento que não lhe traria lucro algum. Piraju, mais do que qualquer outra cidade, sabe que usina não gera progresso nem desenvolvimento. Quem lucra com esses empreendimentos são empresários que não se importam com a qualidade de vida da cidade.
Outro fator que merece ser destacado é a falta de tratamento de esgoto em diversos bairros de Piraju. Muito esgoto é despejado 'in natura' nas corredeiras. Caso sejam represadas, as corredeiras se transformarão num lago, onde cairá o esgoto da cidade. Conforme definiu um popular presente na palestra: "A represa será um 'bosteiro municipal'".
Argumentos contra a Usina da ECBrasil não faltam. Resta esperar que nossos vereadores defendam a legislação e os interesses da nossa Comunidade.

O Paranapanema desbravado

Por Adriana Garrote
adrianagarrote@ig.com.br

Com o objetivo de expandir a produção cafeeira do final século 19, quando as terras onde está Piraju ainda eram consideradas áreas desconhecidas e habitadas por indígenas, o governo da então Província de São Paulo organizou a ‘famosa’ Comissão Geográfica e Geológica, chefiada por Orville Derby e liderada pelo historiador Teodoro Sampaio.

Era 7 de abril de 1886, e não foi fácil a seleção e recrutamento da tripulação. Havia muito temor e desconfiança devido aos terrores fantásticos e perigos imaginários incutidos nas mentes do povo de Itapetininga. Era difícil, mesmo com bons salários e garantias, iniciar a arriscada expedição.

Em seu livro, Sampaio relata diariamente seus trabalhos, estudos e medições.

Em 12 de junho, a expedição chega à Cachoeira do Jurumirim, e tem início uma navegação em terreno montuoso, com grandes obstáculos. Desse ponto até o Salto dos Aranhas, a dificuldade foi enorme. Relata que, quando por aqui passaram, preferiram descer por terra, carregando as embarcações, devido à quantidade de cachoeiras, o que inviabilizava a navegação. Contou que da Cachoeira Jurumirim até nossa Vila, o rio Paranapanema serpenteava por 45 quilômetros, com 39 cachoeiras e 3 grandes saltos.

Do Salto dos Aranhas – hoje a 60 metros debaixo d’água, sob o último barramento, que o inundou em 2002 – até a Vila de São Sebastião do Tijuco Preto (antiga Piraju), com quedas repetidas, o intrépido geógrafo descreve como trecho do rio “excessivamente encachoeirado”, onde o transporte das embarcações foi realizado por terra, com carros de bois. Havia um espigão de 60 metros de altura. Permaneceram por aqui de 17 de junho até 1º de julho.

Nossa Vila de São Sebastião do Tijuco Preto fez uma recepção calorosa e a acolhida compreendeu até recursos e suprimentos. Tínhamos como prefeito Major Mariano Leonel Ferreira, que auxiliou como pôde a expedição de Teodoro Sampaio, inclusive engrossando seu pessoal com três índios Caiuás, “do aldeamento do Piraju, que eram muito práticos e conhecedores de todo o rio”.

Em seguida partiram para vencer Salto Grande, e por esse leito cravado na rocha teve início a mais ‘arriscada e escabrosa’ jornada de todo o Paranapanema. Em alguns pontos asembarcações eram descidas por cordas.

De águas revoltas, canais estreitos, tortuosos e acidentados, o rio Paranapanema foi modificado. Hoje, suas águas são navegáveis, calmas, paradas. Bom para trabalhar simetria. Contemplação. Busca-se, mais do que nunca e acima de tudo, o equilíbrio.

Talvez, no futuro, saibamos valorizar nossas protetoras e disformes matas ciliares, nossa rara e variada fauna, diversidade de flora, águas velozes e, sobretudo, apreciar a nossa disformidade. Viva a singularidade!



O Bloco Chega de Usina em Piraju! abre hoje o Carnaval 2012 com o bordão cultural "Eu sou do Rio de Piraju", criação da produtora Palavra N'água e do artista plástico Demetrius Fávaro.

Todos foliões, turistas e visitantes estão convidados a cair na folia para protestar contra a destruição do último trecho vivo do Rio Paranapanema no Estado de São Paulo.

Salve o Salto do Piraju!


Mais informações:
chegadeusina/facebook

Entrevista com o Vereador Brandini

Entrevista com o Sr. Brandini by brunomgb4

O Presidente da Câmara Municipal de Piraju, Vereador José Carlos Brandini, fala ao Blog sua opinião sobre o projeto da ECBrasil. Confira o áudio.

PALESTRA EM 15/02/2012 NA LOJA MAÇÔNICA


Palestra na Loja Maçônica "Cavalheiros do Sul"
Data: 15 de fevereiro de 2.012
Hora: 20h00
Tema: "Pequenas Centrais Hidrelétricas - PCHs - Pequenas na geração de energia, grandes na geração de impactos"

Palestrante: Prof. Dr. Edson Piroli
O professor doutor Edson Piroli atua no Centro de Estudo e Divulgação de Informações sobre Áreas Protegidas, Bacias Hidrográficas e Geoprocessamento da UNESP Campus Ourinhos-SP
É engenheiro florestal pela Universidade Federal de Santa Maria - UFSM, com mestrado em Engenharia Agrícola pela UFSM e doutorado pela Universidade Estadual Paulista - UNESP Campus de Botucatu - SP em Energia na Agricultura.
ATENÇÃO POPULAÇÃO PIRAJUENSE:
CONVIDE SEUS AMIGOS E FAMILIARES!
COBRE A PRESENÇA DO SEU VEREADOR NA PALESTRA !
SEU VEREADOR É RESPONSÁVEL PELO FUTURO DE PIRAJU E DO NOSSO PATRIMÔNIO AMBIENTAL, HISTÓRICO E CULTURAL! 
COBRE UMA POSTURA ÉTICA DE TODOS OS VEREADORES PIRAJUENSES EM DEFESA DAS ÚLTIMAS CORREDEIRAS DO RIO PARANAPANEMA NO TERRITÓRIO DE PIRAJU!!
E LEMBRE-SE:
O trecho vivo do rio em Piraju são os últimos 7 Km de calha original do rio Paranapanema no Estado de São Paulo! Por isso, cobre das autoridades competentes (vereadores e prefeito) a defesa desse patrimônio ambiental que pertence aos pirajuenses e a todos paulistas! 

Integração

Por Adriana Garrote
contato: adrianagarrote@ig.com.br

O Seminário de Integração do rio Paranapanema aconteceu em Cornélio Procópio-PR, nos dias 7, 8 e 9 de novembro, e reuniu poder público, usuários e sociedade civil (ONGs) para instalação de um Comitê da Bacia Hidrográfica unindo os dois estados: São Paulo e Paraná. Esse Comitê Federal irá abranger seis comitês estaduais dos rios afluentes ao Paranapanema. Os três comitês de São Paulo são: Alto Paranapanema, Médio Paranapanema, Pontal do Paranapanema. E os três comitês do Paraná: Piraponema, Tibagi e Norte Pioneiro.

O que se pretende é que aconteça uma gestão integrada, alinhada sobre poderes e responsabilidades com relação ao uso da água.

E, discutindo poder e responsabilidade, iniciamos nossa semana muito frutífera.

Poder sobre as águas nos remete à responsabilidade sobre as consequências. Numa sociedade onde a população não participa, ela não se sente inserida, nem responsável, e pode ser facilmente ludibriada, comprar gato por lebre. Na verdade, não se é pensado seu crescimento real, sua evolução e autocondução, e sim, planejado sua dependência, sua subserviência. Eterna.

Precisamos integrar nossa cidade em uma única voz, a da preservação e conservação do trecho vivo do rio em nosso município. Conversando com pessoas de outros lugares percebemos a luta diária dos movimentos de conservação dos rios afluentes do Paranapanema. Os rios necessitam de proteção. Santa Cruz do Rio Pardo, com sua população antenada com o futuro, nos oferece um grande exemplo de cidadania: uniram esforços para preservar o rio e assim garantir a integridade com a história local. Quando a sociedade reage a pretensões impostas de cima para baixo, existe união ao redor do que ela deseja ver respeitado. As pessoas, então, colocam em primeiro lugar o interesse coletivo, e não alguma vantagem pessoal.

Precisamos atrair empresas sérias, verdadeiras e transparentes. Voltadas ao crescimento que queremos, para, juntos, trabalharmos, sem ter de ser às surdinas, aliciando uns e outros.

É preciso saber que não precisamos e não queremos mais uma usina. Nós, a população, queremos viabilizar nossos alicerces no turismo, construirmos, por esse caminho, a prosperidade.

Porque, de acordo com a teoria humanista de Maritain, que coloca como questão central o homem, o humanismo pode tornar o homem mais verdadeiramente humano. O homem, em relação à natureza, não é apenas animal, mas também um animal de cultura, e sua espécie só sobrevive com o progresso da sociedade e da civilização na qual está inserido. O homem não progride em sua vida — intelectual e moral — sem a experiência coletiva. (MARITAIN, 1959, p.15). E é assim que queremos construir nosso futuro, coletivamente, com todos trabalhando, e que seja duradouro, e que seja por muitas gerações, e que seja um caminho construído através do diálogo, da transparência e do respeito.

Rio de águas intrépidas e velozes

Por Adriana Garrote Paschoarelli.
Contato: adrianagarrote@ig.com.br

O rio Paranapanema possui várias nascentes que estão localizadas na Bacia do rio das Almas, na Serra do Paranapiacaba, município de Capão Bonito, a 903 metros de altitude, ao sudeste do estado de São Paulo.

Desenvolve-se no sentido leste-oeste com destino ao rio Paraná. Apresenta extensão de 929 km em desnível de 570 metros. Sua localização é de 100 km da costa Atlântica e situa-se a 900 metros acima do nível do mar. (VARELLA, 2003, p. 2)

A bacia está localizada dentro da fazenda Guapiara, de propriedade da empresa Orsa Celulose Papel e Embalagens, numa área de 2.884 hectares, sendo 1.229 hectares de reflorestamento. “Essas terras integram a APA (Área de Proteção Ambiental) da Serra do Mar, e a mata nativa não pode mais ser tocada”. (ZOCCHI, 2002, p. 17).

Nascente das maiores águas, sua declividade é grande e ele corre rápido sobre as pedras negras, cortando formações basálticas e solo de terra roxa. Existe mistério até em seu nome. Paraná significa rio, em Tupi, e Panema é considerado imprestável ou sem valor. “Paranapane”, ou “Parana Pane”, “Pabaquario” e “Paraquario” são alguns dos nomes pelos quais era conhecido nos anos de 1600.

A questão referente ao seu nome permanece aberta, pois não foi ainda realizado qualquer “sério estudo etimológico”. Por enquanto, apenas especulações: para alguns, seu sufixo negativo é devido à pouca navegabilidade (porém, os índios mais caminhavam). Há também a questão da pouca quantidade de peixes (será que os índios comparavam rios tão longínquos?). É possível que a malária tenha feito sua (fama) rota, segundo o doutor José Luiz de Morais, conforme descrito por Zocchi (2002).

Na enciclopédia “Brasil histórias, costumes e lendas”, editora Três, página 232, onde é focado o homem da Amazônia, com o título “O mundo Mágico”, é citado “... A mente do homem se povoa de panema (medo)...”. Segundo essa interpretação, ‘panema’ significa ‘medo’ na língua indígena, podendo ser um dos possíveis significados, devido à rapidez com que suas águas deslizavam sobre o basalto e também pelas inúmeras cachoeiras e corredeiras que permeavam todo o leito.

Segundo Zocchi (2002), além de ser rápido, era considerado um “rio bravo” quando chovia. Aspiravam “domá-lo, estudar a sua navegabilidade”, pois até 1886 era citado no mapa do Estado como lugar de “terrenos desconhecidos e habitados pelos indígenas”. Foi quando, na época, o governo da Província de São Paulo criou a Comissão Geográfica e Geológica, que pretendia mapear todo o rio, pois objetivava a “expansão das lavouras de café”. A expedição foi iniciada em 11 de abril de 1886 e, chefiada pelo americano Orville Derby, contou com 18 práticos e três cientistas, liderados por Teodoro Sampaio.

Hoje, após 125 anos, o rio Paranapanema encontra-se quase que totalmente “domado”. Seus sucessivos lagos nos remetem a uma nova mudança: lagoão Paranapanema? Ou, se preferirmos, Rio vivo...viva, Rio!