Integração

Por Adriana Garrote
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O Seminário de Integração do rio Paranapanema aconteceu em Cornélio Procópio-PR, nos dias 7, 8 e 9 de novembro, e reuniu poder público, usuários e sociedade civil (ONGs) para instalação de um Comitê da Bacia Hidrográfica unindo os dois estados: São Paulo e Paraná. Esse Comitê Federal irá abranger seis comitês estaduais dos rios afluentes ao Paranapanema. Os três comitês de São Paulo são: Alto Paranapanema, Médio Paranapanema, Pontal do Paranapanema. E os três comitês do Paraná: Piraponema, Tibagi e Norte Pioneiro.

O que se pretende é que aconteça uma gestão integrada, alinhada sobre poderes e responsabilidades com relação ao uso da água.

E, discutindo poder e responsabilidade, iniciamos nossa semana muito frutífera.

Poder sobre as águas nos remete à responsabilidade sobre as consequências. Numa sociedade onde a população não participa, ela não se sente inserida, nem responsável, e pode ser facilmente ludibriada, comprar gato por lebre. Na verdade, não se é pensado seu crescimento real, sua evolução e autocondução, e sim, planejado sua dependência, sua subserviência. Eterna.

Precisamos integrar nossa cidade em uma única voz, a da preservação e conservação do trecho vivo do rio em nosso município. Conversando com pessoas de outros lugares percebemos a luta diária dos movimentos de conservação dos rios afluentes do Paranapanema. Os rios necessitam de proteção. Santa Cruz do Rio Pardo, com sua população antenada com o futuro, nos oferece um grande exemplo de cidadania: uniram esforços para preservar o rio e assim garantir a integridade com a história local. Quando a sociedade reage a pretensões impostas de cima para baixo, existe união ao redor do que ela deseja ver respeitado. As pessoas, então, colocam em primeiro lugar o interesse coletivo, e não alguma vantagem pessoal.

Precisamos atrair empresas sérias, verdadeiras e transparentes. Voltadas ao crescimento que queremos, para, juntos, trabalharmos, sem ter de ser às surdinas, aliciando uns e outros.

É preciso saber que não precisamos e não queremos mais uma usina. Nós, a população, queremos viabilizar nossos alicerces no turismo, construirmos, por esse caminho, a prosperidade.

Porque, de acordo com a teoria humanista de Maritain, que coloca como questão central o homem, o humanismo pode tornar o homem mais verdadeiramente humano. O homem, em relação à natureza, não é apenas animal, mas também um animal de cultura, e sua espécie só sobrevive com o progresso da sociedade e da civilização na qual está inserido. O homem não progride em sua vida — intelectual e moral — sem a experiência coletiva. (MARITAIN, 1959, p.15). E é assim que queremos construir nosso futuro, coletivamente, com todos trabalhando, e que seja duradouro, e que seja por muitas gerações, e que seja um caminho construído através do diálogo, da transparência e do respeito.

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