Decapitação


Por Miguel Pereira
Parte 2

As águas ligeiras do trecho de calha natural do rio estão levando por água abaixo os poluentes. Água represada acumula poluição ou contaminação no leito do próprio lago e na vegetação de suas margens.


Piraju deve ter mais ou menos uns 30 ou 40 quilômetros de lagos de hidrelétricas, restando somente esse pequeno trecho ainda natural do rio, de sete quilômetros, que vai da Garganta do Diabo (salto do Piraju) até o Parque do Dourado.



Em terras pirajuenses existem três barramentos e quatro lagos artificiais represados. Na verdade, o Rio Paranapanema, como é costumeiramente chamado, deixou de ser um rio para ser um conjunto de reservatórios de águas das hidrelétricas, sendo que o lago principal é o reservatório de Jurumirim, que inundou uma imensidade de terras de Piraju e de outras cidades. Piraju já cedeu quase o percurso inteiro do rio, que passa em suas terras, para a construção de hidrelétricas. Contudo, ainda querem destruir o último trecho natural restante para que essa cidade perca inteiramente seu rio, sendo prejudicada de forma severa, ainda mais por ser uma estância turística.


Até a década de 50, só existia o barramento da ponte Engenheiro Nelson de Godoy Pereira nas terras de Piraju, pois o reservatório de Jurumirim foi inaugurado somente na década de 60. Até a inauguração de Jurumirim, o Rio Paranapanema em Piraju era quase totalmente natural, altamente piscoso (cheio de peixes), invejável e indescritível, mas perdeu quase a totalidade de seus peixes e de suas belezas naturais para contribuir com empresas ou companhias de energia hidrelétrica.


Atualmente, não existe nas terras pirajuenses nem 2% daquelas maravilhosas riquezas ambientais que existiam até os anos 60. Porém, no caso dessa cidade, se existissem campeonatos nesse sentido, Piraju, que outrora era a terra do maravilhoso peixe dourado, poderia ter atualmente o título de campeã brasileira de hidrelétricas com louvor.


Se exterminarem o último canal encachoeirado e acentuadamente vertical, com suas quedas d´água, o que restará para Piraju mostrar aos seus turistas?


Ah, sim, estava me esquecendo, Piraju poderia exibir para os visitantes os maravilhosos barramentos das usinas. Não seriam esses barramentos uma bela atração turística, invejável e indescritível cenário para fotografias, filmagens e documentários?


O fantástico e atraente Rio Paranapanema de antes virou uma imensidade de águas; mas peixe, nada!

FLORESTA MUNICIPAL DAS CORREDEIRAS


     Foto: Fernando Franco Amorim/OAT


População de Piraju dá exemplo de cidadania  

Comunidade pirajuense dá exemplo de cidadania ao lotar plenário da Câmara de Vereadores, na última terça-feira, 02/08/2017, às 20h, em Audiência Pública para manifestar seu apoio à criação da Unidade Conservação de Uso Sustentável "Floresta Municipal das Corredeiras", local conhecido anteriormente como Parque Natural Municipal do Dourado.  

Mais de trezentas pessoas compareceram na Audiência Pública, entre eles lideranças religiosas, representantes da Organização Ambiental Teyquê-Pê (OAT), autoridades, agricultores, estudantes, professores, líderes de bairros, imprensa e populares. 

Após as explicações técnicas sobre o tema e da Palavra Livre aos inscritos, todos os presentes se manifestaram favorável à criação da Unidade de Conservação (UC) com uma grande salva de palmas pela iniciativa popular de se criar a área de preservação ambiental no território da Estância Turística de Piraju. 

De acordo com a ambientalista Adriana Garrote Paschoarelli, presidente da Organização Ambiental Teyquê-Pê (OAT), o objetivo da criação da UC "Floresta Municipal das Corredeiras" é preservar, conservar e proteger importante área de domínio público no território do município considerada patrimônio natural, histórico e cultural da população pirajuense, dotada de beleza paisagística e de fundamental necessidade para a manutenção dos serviços ambientais e ecológicos à comunidade. 

"Com a criação oficial desta área de preservação ambiental se prevê a proteção de espécies da fauna brasileira ameaçada de extinção, a realização de pesquisas para a conservação da biodiversidade e uso sustentável dos recursos naturais, a educação ambiental da comunidade e, através do lazer contemplativo, promover o bem estar coletivo e a saúde da população local e regional", afirmou a presidente da ONG Teyquê-Pê. 

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