Saco Cheio

Somos o Grupo SACO CHEIO de Poesia !

Surgido no final dos anos 80 num panorama de marasmo e estagnação cultural que a cidade vivia naquela época. Chico Pipoca cumpria seu terceiro mandato. O Saco Cheio realizou eventos de difusão poética em praça pública.  Colaborou na organização dos artesãos locais em uma associação e na realização da Mostra de Artes de Piraju.

Diante das muitas “cabeças de azeitona”, especialmente dos políticos que atuavam nos corredores vazios da administração municipal, os criadores do grupo, com o saco cheio do nada cultural que existia se uniram na criação do VARAL DA POESIA NA PRAÇA. Em três edições mimeografadas, o varal desengavetou diversos autores tornando o grupo num catalisador de periódicos alternativos de várias regiões do Brasil e outros países.

Participaram poetas como Maria Conceição Martini (in memoriam), Josie Garcia, Tina Mello, Ige, Paulo Viggu, Eno Teodoro Wanke, Therezinka Pereira, José Garcia de Lima (Borborema), Miguel Pereira, Anita Costa Prado, J. Cardias e muitos outros poetas marginais. Foram todos reunidos num acervo de mais de 1.500 trabalhos, dentre os quais mais de uma centena foi publicado na forma de varal de poesia e também em tiragens de exemplares que chegavam a 300 livros mimeografados. Alunos das escolas do município, desde a mais tenra idade participaram do Grupo, enviando poemas. Deste caldo cultural repleto de criatividade surgiu, então, o Grupo Saco Cheio de Poesia.

Além dos milhares de endereços e contatos mantidos com oficinas poéticas e catalogação de impressos alternativos como Contracorrente (Brusque-SC), Literarte (São Paulo-SP), Expressão (Juiz de Fora-MG), A Prosa (Pouso Alegre-RS), além de muitos outros movimentos poéticos de todas as partes do Brasil, a movimentação cultural na cidade foi realmente reativada. Neste período, surgiu os fanzines "O Tijucão" e o "Ofício: Poeta", este editado pelo Grupo Saco Cheio de Poesia. Já no ano de 1992 foi divulgado o resultado do “I Concurso Ofício: Poeta” de Poesia, também organizado pelo grupo com o apoio da Folha de Piraju.

Tudo isso ocorreu num pequeno período intermediário entre a existência da Unidade de Ação Comunitária (UNAC) nos anos 70 e do Manifesto Cultural Piraju (MACUPIRA) nos anos 90, cada qual a seu tempo e único na forma de expressar a arte e o desejo de mudança da comunidade local.

Hoje, mais uma vez, tornamos a nos reunir. Do Grupo Saco Cheio de Poesia fazem parte todos os que, pela falta de paciência com os desvairos e desmandos dos políticos locais, ficam de saco cheio com determinadas situações vividas em nossa sociedade e se manifestam.

A denominação do grupo, antes uma ironia, transformou-se hoje numa hipérbole, ambas figuras de linguagem que bem expressam os sentimentos emanados da essência do pirajuense insatisfeito e consciente de que algo precisa ser feito e logo.

Ontem, o saco cheio era cheio de poesias. Hoje estamos, literalmente, com o saco cheio de usina hidrelétrica, ou seja, cansados de qualquer “estudo” para o barramento das últimas corredeiras do rio Paranapanema, na Estância Turística Piraju.

Hoje, somos o GRUPO SACO CHEIO DE USINA! e nossa bandeira de luta se traduz no bordão: CHEGA DE USINA EM PIRAJU!

Nossa página é um espaço pela proteção, conservação e preservação do rio, que não por acaso, é tombado como patrimônio histórico-cultural e ambiental de todos os pirajuenses: o rio Paranapanema.

Agora, somos a Organização Ambiental Teyque'-Pe' (OAT), mas isso já é outra história...

Fernando Franco/Marco Mello 
Grupo Saco Cheio de Usina e OAT