INFORMATIVO CHEGA DE USINA EM PIRAJU!


  JORNAL DO CHEGA TEM CIRCULAÇÃO NACIONAL

*Fernando Franco


Desde o início de 2.012, circula na Estância Turística de Piraju e em todo Brasil, o jornal Chega de Usina em Piraju! boletim informativo idealizado e editado pela Organização Ambiental Teyquê-Pê - OAT. Desenvolvido pelas editorias de Comunicação e de Imprensa da OAT, o jornal complementa o trabalho da Coordenadoria de Educação Ambiental da ONG, que há 11 anos atua na educação ambiental para a sustentabilidade com foco nas crianças em idade escolar através de professores voluntários e colaboradores em diversas áreas do conhecimento.

A proposta da Diretoria Executiva da OAT é de informar a população pirajuense e brasileira, autoridades constituídas, políticos, formadores de opinião, redes sociais na internet e a imprensa sobre o assédio imoral, antiético e ilegal de empresas de produção e geração de energia elétrica sobre o último trecho de leito original do rio Paranapanema no Estado de São Paulo, que fica localizado no município de Piraju, a 340 Km da capital paulista. Detalhe: o trecho é tombado e protegido por leis que estão em pleno vigor e eficácia.

O jornal visa ainda esclarecer sobre a real potencialidade turística de Piraju, que busca seu crescimento sócioeconômico não baseado no barramento ou construção de mais uma usina hidrelétrica nas corredeiras do rio Paranapanema, mas sim no desenvolvimento sustentável da cidade com a preservação, proteção e conservação dos seus recursos naturais, paisagens notáveis, sua história e cultura fortemente enraizadas às margens do rio. 

A OAT e o Movimento Chega de usina em Piraju! não são contra o desenvolvimento e o progresso da cidade e nem contra a produção de energia no Estado de São Paulo e no Brasil. Acontece que Piraju já contribuiu bastante neste sentido. A cidade sofre o impacto ambiental e social de 4 usinas instaladas no seu território e pouco ou quase nada recebeu em troca da destruição do rio e dos seus principais recursos naturais. Atualmente, temos outras fontes alternativas e renováveis para a produção da energia que São Paulo e o Brasil necessitam. Biomassa, energia eólica, solar, geotérmica, maremotriz e células de hidrogênio são algumas das formas de se repensar a matriz energética brasileira.

Chega! Não há turismo sem a preservação do meio ambiente. Piraju optou pelo desenvolvimento do turismo de base ambiental, já que a cidade está localizada numa região de conservação denominada Área de Proteção Ambiental - APA - Perímetro Botucatu, Corumbataí e Tejupá, criada através do Decreto Estadual 20.920, de 8 de junho de 1983 e que forma uma área de 6.492 Km2, subdividida nestes três perímetros.

Esta APA corresponde à faixa das chamadas Cuestas Basálticas, desde a cabeceira do rio Mogi-Guaçu até a divisa do Estado de São Paulo com o Paraná, às margens do rio Paranapanema, no Planalto Ocidental Paulista e a Depressão Periférica. Nesta região, além das cuestas basálticas, outros atributos, como os "morros testemunhos", os recuros hídricos superficiais e o Aquífero Guarani, os remanescentes de vegetação nativa (Mata Atlântica e Floresta Estacional Semidecidual) e o patrimônio arqueológico, motivaram a criação desta importante APA.

A Organização Ambiental Teyquê-pê integra oficialmente o Conselho Gestor desta APA e luta para que no Perímetro Tejupá, que compreende os municípios de Timburi, Sarutaiá, Piraju, Tejupá, Fartura, Taguaí, Barão de Antonina, Itaporanga, Coronel Macedo e Taquarituba, totalizando um área de 158.830 hectares, seja reduzida a degradação ambiental por uso indiscriminado de agrotóxicos que contaminam as águas e diminuida a erosão laminar provocada por desmatamentos e ausência de técnicas adequadas de manejo e uso do solo. Em alguns municípios desta APA são comuns voçorocas originadas pela completa falta de conservação das estradas rurais e cuidados básicos com a drenagem dos terrenos.  
  
informativo Chega de usina em Piraju! foi encartado em jornais e revistas de circulação nacional e regional e distribuído diretamente nas casas, atingindo milhares de pessoas. Distribuídos em escolas da rede pública e particulares, o jornal é também utilizado em salas de aula como material de apoio nos chamados temas transversais. Com tiragem inicial de 10 mil exemplares, o jornal terá em breve seu contéudo também divulgado de forma digital em news letter para milhares de e-mails no Brasil e exterior.

Deixe o rio correr em paz! - É fato que a população pirajuense sempre recebe bem os ambientalistas demonstrando afinidade à CAUSA de defesa das últimas corredeiras vivas do rio Paranapanema no Estado de São Paulo. Temos de nos conscientizar que somos todos responsáveis pelas decisões e repercussões sócioambientais e econômicas das políticas de gestão dos recursos naturais de Piraju. Um erro hoje pode significar o comprometimento das gerações futuras e a destruição irreversível do maior patrimônio do nosso povo: as corredeiras do rio .
Sendo assim, gritemos juntos: Chega de usina em Piraju! 

*Biólogo, jornalista e gestor de agronegócio

Foto: Fernando Franco/OAT
Legenda: O rio, o basalto, as corredeiras e os peixes formam o jeito de ser pirajuense 


Acesse: JORNAL CHEGA DE USINA EM PIRAJU!

CADERNO 360


Porquê os jornais de Piraju se recusam a publicar artigos como estes?
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Chamada de capa - Caderno 360, edição 72 - ano VII - fevereiro de 2012
e-mail: 360@caderno360.com.br

Caderno 360, edição 72 - ano VII - fevereiro de 2012 - e-mail: 360@caderno360.com.br

Caderno 360, edição 72 - ano VII - fevereiro de 2012 - e-mail: 360@caderno360.com.br

Obrigada, Piraju

Adriana Garrote
adrianagarrote@ig.com.br

Obrigada a você, caro leitor, pela persistência e paciência durante esses meses. Foram sete, com publicações semanais, 21 artigos baseados na pesquisa realizada para conclusão de meu curso de Pedagogia no ano de 2005. Agradeço a disposição e o interesse.
Minha intenção sempre foi clara, objetiva e bem específica: a luta pela preservação e conservação de nossas últimas corredeiras naturais no leito do rio Paranapanema. Pois entendo que aqui é o nosso lugar, e que é daqui que devemos cuidar, sempre!
“Puxa, como ficou grande o dessa semana, hein?”. É claro que agradeci ao leitor por ter lido até ao fim. Às vezes, é difícil quando se tem de concentrar muita informação em um espaço delimitado.
Agradeço, primeiramente, a Deus por tornar possível todo esse caminho. Agradeço ao Jornal Observador, na pessoa do diretor Paulo Sara, pelo espaço aberto, transparente. Sei que ele acredita na importância da informação clara voltada à comunidade à qual o jornal está inserido. Parabéns, Paulo, pelo bom jornalismo! Abriu suas páginas (e portas) a questões relevantes ao futuro da nossa comunidade.
“Adriana, muda de assunto só um pouco!”. Acredito que devemos preservar primeiro nosso maior bem natural, e nunca nos deixarmos enganar, jamais sermos ludibriados, tangidos a entregar nossa valiosa herança por qualquer moeda de troca. Nossa comunidade pode fazer muita coisa unida.
Sobre minha pesquisa, penso numa contribuição sobre questões importantes, e as principais informações de relevância à nossa comunidade. Procuramos ir à essência das coisas através da Fenomenologia (GILES, 1975), ciência que busca “retornar à estaca zero do problema” para encontrar evidência e fundamentação. Ou seja, ‘desconstruir’ o pensamento de que a utilização do potencial hidrelétrico do rio traz desenvolvimento e somente gera progresso à comunidade em que está inserido. E assim, o projeto desejou explicitar e desmistificar toda a questão. Elevar nossas discussões às realidades comprovadas, e também sobre a importância de exigirmos que as leis conquistadas sejam cumpridas e respeitadas, não somente pelos que vêm de fora, sedentos, mas pelos que daqui fazem o seu lugar para viver.
A ciência já comprovou, hoje está no boca a boca. Até a mídia, em nível nacional, proclama os desastres de se insistir em construção de barragens para gerar energia elétrica. Vide o Globo Repórter de dias atrás, quando abordou as perdas e os impactos irreversíveis que se abaterão sobre as comunidades da Região Amazônica onde se pretende explorar a produção de energia à custa de vários barramentos.
Em tempo: temos que voltar nossa comunidade local e escolar para os afluentes do rio Paranapanema – nossos ribeirões – e adotar medidas e soluções para que cada um se sinta, de fato, inserido onde vive.
Com orgulho, e sabendo do valor de nossas riquezas naturais preservadas e bem cuidadas, partimos para o caminho seguro do verdadeiro desenvolvimento, da autocondução e consolidação de nossa identidade.

Diversidade de Vidas

Adriana Garrote

adrianagarrote@ig.com.br

A diversidade existente na vegetação de uma mata ciliar nativa abrange muitas espécies vegetais, de micro e macroflora, de animais, de água e de solo que são específicas daquele local. E quando esses ecossistemas naturais são destruídos, jamais serão reconstruídos por mãos humanas.
Quando esses ecossistemas são “reconstruídos” pelo homem, para atingir um novo estágio de equilíbrio levarão milhares ou milhões de anos, e nunca chegarão à estrutura original. Quando uma barragem é permitida, os relatórios de impactos ambientais possuem como única medida mitigatória a recomposição da mata ciliar, que, na grande maioria das vezes, é constituída somente por algumas espécies arbóreas. (PIROLI, 2011).
Na fase de implantação da barragem há a ‘limpeza’ das margens, onde toda essa vegetação é extinta e, com ela, é liberado seu estoque de carbono para a atmosfera. A fauna local, quando capturada, pode morrer devido ao estresse da captura, locomoção ou, logo após, por sua dificuldade de adaptação ao novo meio, ou por se tornarem presas fáceis. Depois, há a inundação de áreas de terras férteis, e com essas margens artificiais, há, ainda, a perda e o empobrecimento do solo que vai parar no fundo da represa.
Loteamento e urbanização são comuns às margens de barragens. É preciso pensar na qualidade dessa água, e sobre quando ela é represada a montante da captação que abastece a cidade. Problemas futuros?
Em Piraju temos também os sítios arqueológicos que estão submersos, nosso patrimônio histórico que se perdeu tanto para expedições científicas como para visitação turística e cultural. Com esses sítios extintos, qual será agora a nossa história?
O Brasil, e também a nossa região, sofre da síndrome das Florestas Vazias. Esse esvaziamento e empobrecimento da biodiversidade, com o tempo, comprometem a vegetação, e hoje são sinônimos de extrema preocupação. Porque diminuem as plantas das quais os animais dependem, e assim há redução dos animais, dos quais as plantas dependem para existir. Com todo esse empobrecimento, a floresta vazia é comparada com uma cidade sem crianças. Funciona no presente, mas, e o futuro, como se dará?
É fato, a natureza se regenera, mas não a tempo de garantir qualidade de vida às futuras gerações. Barrar todo o rio em nosso município implica viver sem qualidade nas nossas águas. Será esse o destino dos futuros pirajuenses?
Cada um precisa pensar se é digno, se é justo que a nossa geração continue a agir como se fosse a última a habitar o Planeta, pois é assim que vivemos e estamos ensinando nossas crianças. A questão do comprar, do consumir e, consequentemente, da educação para a economia de energia nos faz voltar para nossa própria consciência. Temos esse direito?

BLOCO CHEGA DE USINA

O que os jornais de Piraju se recusam a publicar:
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Jornal Popular: Edição 767 de 25 de fevereiro de 2012 - email: jornalpopular@ig.com.br





Sudoeste do Estado nº 1203 de 25 de fevereiro de 2012 - email: sudoestedoestado@uol.com.br

INTEGRA DA PALESTRA DO DOUTOR PIROLI

Vídeo de Utilidade Pública da Organização Ambiental Teyquê-Pê - OAT PIRAJU

Palestra ocorrida em 15 de fevereiro de 2012, na Loja Maçônica Cavalheiros do Sul em Piraju/SP, proferida pelo Professor Doutor Edson Luiz Piroli, que atua no Centro de Estudo e Divulgação de Informações sobre Áreas Protegidas, Bacias Hidrográficas e geoprocessamento da UNESP Campus Ourinhos-SP. É Engenheiro Florestal pela Universidade Federal de Santa Maria - UFSM, com mestrado em Engenharia Agrícola pela UFSM e doutorado pela Universidade Estadual Paulista - UNESP Campus de Botucatu - SP em Energia na Agricultura.

Na ocasião, o palestrante mencionou tipos alternativos de energia, como eólica, a maré motriz e a solar, na qual países desenvolvidos, como a Alemanha, vem investindo bastante nos últimos anos, apesar de estar localizada numa região de baixo aproveitamento desse tipo de energia. O Brasil, com sua localização privilegiada nesse sentido (está na linha do Equador), seria muito bem sucedido caso incentivasse o uso da energia solar. Piroli provoca: "Em vez de o BNDES incentivar a destruição de rios, porque não incentiva a produção de uma energia realmente limpa?"

Assistindo a exposição, trazemos respostas a todas as nossas indagações.

Imagens: Marcos Antonio de Oliveira
Edição: Germano Strazzi
Produção: Organização Ambiental Teyquê-Pê - OAT