TV Tem grava imagens em Piraju





Recentemente uma repórter e um cinegrafista da TV Tem - Núcleo de Sorocaba - estiveram em Piraju para gravar imagens da relação dos pirajuenses com o rio Paranapanema para um "spot" da Rede Globo que vai ao ar durante toda a programação da emissora.

Fernando Franco e Marco Mello, respectivamente presidente e secretário executivo da Organização Ambiental Teyquê-pê - OAT acompanharam o trabalho da equipe da TV Tem durante as tomadas no Parque do Dourado, no Salto do Piraju (Parque de Exposições da Festa do Café de Piraju) e nas imediações do clube da AABB. 

O contato que permitiu a vinda da equipe foi feito pela ambientalista Vilma Zanluchi, de Avaré-SP, integrante da Teyquê-pê. Para filmar os locais mais importantes Franco e Mello tiveram o apoio da Prefeitura de Piraju através do diretor de municipal Turismo, Indústria e Comércio, Armando Megiolaro, de Jimmy (técnico de canoagem slalom) e da equipe de funcionários da fiscalização no Parque do Dourado que cedeu um barco e coletes salva-vidas aos repórteres.

Segundo o ambientalista Fernando Franco esse tipo de apoio da TV Tem  tanto do Núcleo de Itapetininga como o de Sorocaba ou Bauru, é fundamental para a divulgação da Estância de Piraju como destino turístico no Estado de São Paulo e das belas paisagens proporcionadas pelo rio Paranapanema, principalmente no trecho tombado como patrimônio ambiental, histórico e cultural do povo pirajuense. "Estamos encravados num vale de fortes corredeiras formadas por rochas vulcânicas, onde as matas ciliares bem preservadas molduram o cenário formando uma paisagem única. Além disso, o trabalho da TV Tem possibilita que os turistas sintam interesse de conhecer nossa região que é rica em áreas preservadas, cachoeiras, matas, fazendas históricas, riachos, aves raras e flora exuberante", diz Franco.

Marco Mello diz que foi fundamental a TV Tem mostrar a força do rio Paranapanema e sua ligação com a população local, numa clara referência à identidade cultural do pirajuense e sua vida junto do rio. "Não só os pescadores artesanais, esportivos e amadores ou os atletas da canoagem tem uma forte ligação com o rio, mas todo pirajuense tem, de certa forma, uma história de vida com o rio que corta a cidade no seu trecho urbano e representa uma fonte de lazer e contemplação para o povo", relata. 

Fotos e fonte: Organização Ambiental Teyquê-pê 
   

  

ORGANIZAÇÃO AMBIENTAL ESTABELECE PARCERIA







A Organização Ambiental Teyquê-Pê – OAT estabeleceu uma parceria com o CEDIAP - Centro de Estudos e Divulgação de Informações sobre Áreas Protegidas, Bacias Hidrográficas e Geoprocessamento, órgão da UNESP – Campus de Ourinhos, através do pós-graduando em Gestão de Recursos Hídricos, JOSÉ ALFREDO NORONHA VIANA, sob a orientação do Professor Doutor Edson Luis Piroli, cujo teor do trabalho propõe a utilização de um sistema colaborativo, via internet, para levantamento de informações referente ao rio Paranapanema, trecho que abrange, especificamente, a Área de Proteção Ambiental - APA Perímetro Tejupá e, à montante, a zona de pressão sobre o rio, a parte urbana de Piraju.

O projeto

ÀS ESCONDIDAS


A usina de Belo Monte, ao secar a Volta Grande do rio Xingu, expõe ao sol da opinião pública algo mais que o limo das pedras. A empresa canadense Belo Sun Mining, do grupo Forbes & Manhattan, pretende fazer ali o "maior programa de exploração de ouro do Brasil", investindo mais de US$ 1 bilhão para extrair quase cinco toneladas por ano do precioso metal.

Já no Relatório de Impacto Ambiental da usina constava o interesse de 18 empresas em pesquisa e exploração mineral na área, mas o Ibama achou esse dado irrelevante. O licenciamento da mineração está sendo feito pelo governo do Pará. Tudo indica que o conhecimento do potencial mineral só é segredo para a população, os "investidores" têm o mapa da mina há tempos.

O Brasil vive uma nova "corrida do ouro", silenciosa e oculta da opinião pública, mas intensa ao ponto de fazer a atividade mineradora saltar de modestos 1,6% para expressivos 4,1% do PIB em só dez anos. Nem é preciso dizer que esse aumento, embora inserido na ascensão brasileira na economia mundial, é continuidade da velha condição de colônia: as riquezas do subsolo brasileiro destinam-se, em sua quase totalidade, ao comércio exterior. As "veias abertas da América Latina" (feliz e triste expressão de Galeano) continuam sangrando.

Por trás dos grandes negócios e notórias fortunas, sempre financiadas e facilitadas pelo Estado, oculta-se um submundo de devastação ambiental e violência contra populações tradicionais. O Congresso Nacional avoca para si o poder de demarcar terras indígenas e nelas licenciar atividades econômicas, enquanto discute um novo Código Mineral e a criação de uma agência para o setor. Enquanto isso, pedidos de licenças para pesquisa e exploração continuam a ser concedidas aos que chegarem, em processo pouco transparente.

No Congresso, debate-se mudanças na lei para dificultar a demarcação de novas áreas de proteção (reservas, parques, quilombos, terras indígenas), diminuir o tamanho das já demarcadas e licenciar a exploração de suas riquezas. Na forma como são feitas, as mudanças atendem à demanda de grupos econômicos alheios aos interesses da sociedade e do país.

O governo entra com a negociação no varejo da política e as justificativas publicitárias do "interesse nacional" e da "inclusão social". À sociedade falta o que poucos detêm: informações profundas que possibilitam definições estratégicas que atendam a interesses mais amplos.

Na vida pública brasileira, o debate superficial das questões mais importantes se assemelha à infantilização promovida pelos candidatos que se oferecem para cuidar do povo. A conversa dos adultos, entretanto, é feita às escondidas. Até quando? 

MARINA SILVA escreve às quintas na Folha.