Educar para cuidar do meio

Por: Adriana Garrote Paschoarelli*

Um dos caminhos para que a sociedade toda atente para as questões que lhe são pertinentes é o conhecimento e a informação. Com este propósito, e sob orientação do professor Natal Joaquim Varella, pesquisei como tema de trabalho de conclusão de curso (tcc) em Pedagogia a educação ambiental com o título: “Preservação dos últimos sete quilômetros de leito natural do rio Paranapanema no município de Piraju”, finalizado em 2005.

Nesse trabalho procurei entender e colocar como objetivo geral uma contribuição para a sociedade sobre a necessidade de conscientização e participação de todos na defesa de nossas riquezas naturais. Ao mesmo tempo em que, no final dessa pesquisa, na aplicação prática, levei aos alunos aqueles mesmos ideais de preservação e conservação do nosso patrimônio arqueológico, ambiental/paisagístico, cultural e histórico, ligados à memória nacional. Consideramos o trabalho de relevância, pois atinge diretamente a qualidade de vida da população e interfere na cultura local.

No procedimento de abordagem do trabalho, tomamos como base o método Fenomenológico. A fenomenologia tende a buscar a essência das coisas. É uma ciência em contato direto com o ser absoluto das coisas, não se trata apenas de descrever o simples 'aparecer' das coisas, mas também de formular uma teoria do conhecimento (GILES, 1975, p. 137). De retornar à estaca zero do problema para que se encontre evidência e fundamentação. Assim, buscamos o ‘desconstruir’ do pensamento de que a utilização do potencial hidrelétrico do trecho vivo do rio traz desenvolvimento e somente gera progresso à comunidade em que está inserido, visto que o projeto desejou explicitar e desmistificar toda a questão.

Discorremos, então, sobre os pontos que cerceiam o problema para acrescentar um olhar mais apurado e assim colaborar para um efetivo ingresso nas discussões, saindo de vez do senso comum.

É preciso pensar que depois do tsunami, da onda gigante no Japão, o planeta inteiro pôde observar os perigos da geração de energia através de usinas nucleares. Parece-nos que, no Brasil, esta tragédia asiática produziu uma falsa sensação de que é melhor investir em hidroeléticas. Haja visto o assédio ao nosso vizinho rio Pardo, onde querem construir 5 pequenas usinas de uma só vez.

Nem nossa cidade escapou dessa mentalidade. De todo o Paranapanema, com exceção da nascente, somos o único trecho de rio que não ficou barrado, e que ainda é dos menos atingidos pela degradação. E, mesmo protegido por leis, não escapa desse assédio, desta ganância. O País precisa crescer, sim (de mentalidade também), com consistência e investindo em energias renováveis e menos impactantes. Buscar maneiras mais originais e criativas do que barrar todos os trechos possíveis. E possibilitar que os pequenos municípios, Piraju, Santa Cruz do Rio Pardo, não sofram com o fim das expectativas de crescimento através do turismo.

Por fim, com a nossa pesquisa, foram vários caminhos percorridos nos livros, porque pretendíamos descobrir a verdade sobre a real necessidade de tantas usinas para “a tão propalada” carência energética. Pudemos comprovar que a infinita “necessidade de geração de energia elétrica” proveniente de hidrelétricas, já não se sustenta. O caminho é educar para cuidar do meio.

*contato: adrianagarrote@ig.com.br

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