Com o olhar em nosso meio

Na conclusão de minha pesquisa constatamos que o momento educacional em que vivemos está passando por transformações profundas. Hoje, cada educador revê sua maneira de atuar. Seja de forma intensa e transformadora, ou superficial, só para constar. O importante é que todos percebem que o modelo que aí se encontra não satisfaz a ninguém. Professores tiram licenças uma após outra, aluno indisciplinado dentro da sala de aula, muitas vezes, não aprende, não transporta para sua vida o aprendido. A educação está distante das questões pertinentes vividas por seus educandos.

Durante os anos de faculdade discutimos muito a esse respeito. Observamos em nossa própria sala de aula o descaso para com o meio ambiente. A distância do lixo não é vencida por alguns passos. Celulares, necessários ou não, apitam chamando a atenção, há uma impossibilidade de viver sem. O destino da bateria, muitas vezes, segue o caminho do lençol freático. Nesse afã de consumo, o ambiente nem é notado, como se vivêssemos suspensos no nada, ou pior, vivemos ignorando o resultado de nossas atitudes, ignorando o destino final de nossos produtos consumidos, esgotados e descartados.

Vivemos a cultura do desperdício, do consumo desenfreado, do descaso para com o lixo, com a água, com a energia, com os recursos ambientais. O lixo está na calçada, na rua, no ribeirão, no rio. Pontas de cigarro, latas, garrafas e sacolas plásticas, papéis estão espalhados por todo lado. A cidade está suja e o país também. Triste realidade essa nossa, em que a falta de educação está prejudicando nosso crescimento.

Nossa fama de que somos sujinhos vai se espalhando mundo afora. Devemos estimular tanto adultos quanto crianças para que destinem bem o lixo. Assim nossa imagem em outros países não fica prejudicada. O momento é de enfatizar que todos ganham com atitudes e medidas de conservação e preservação, nosso país será uma nação mais saudável. É a chamada “Operação Brasil Limpo”. (ALVES, 2001, p. 56).

Já o setor elétrico, por sua vez, continua com sua tática de ‘fato consumado’, uma das estratégias mais utilizadas para levar a população a se conformar de que não há mais nada a ser feito ou falado, de que o poderio econômico vence qualquer vontade do povo. Essa estratégia está em todos os meios de comunicação, até no boca a boca local.

Durante toda a pesquisa, em cada capítulo procuramos focar e descrever os motivos, a nosso ver, imprescindíveis, do porque não destruir o local de nossa memória, de nossa identidade. Somos parte integrante de nossa cidade, o rio se modificando, também seremos modificados.

Represando o rio, não serão barradas somente suas águas: nossa vontade expressa em leis, nosso patrimônio ambiental tombado, nossa riqueza ecológica, diversidade de matas, de fauna, nossa vocação, nosso interesse econômico de desenvolvimento sustentável, nossa história, nossa cultura, o futuro, não somente o nosso. Nossa comunidade precisa estar sempre atenta.

por Adriana Garrote

Contato: adrianagarrote@ig.com.br

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