Futuro do rio Paranapanema permanece nas mãos dos pirajuenses

Contudo, novo momento exigirá da comunidade maior envolvimento com defesa do rio



A notícia de que o STF derrubou as leis pirajuenses que defendiam o rio Paranapanema deixou muita gente preocupada na semana passada. A derrota judicial, entretanto, não significa que o caminho está livre para os barrageiros. Segundo o professor e ambientalista pirajuense José Luiz Cerveira, os fatos recentes significam, na prática, que a defesa das corredeiras voltou aos patamares dos anos 2000, época em que o município não possuía um conjunto de leis voltado à defesa do trecho natural do rio.
A Organização Ambiental Teyque´Pe´ acredita ser essencial que o prefeito eleito e a nova composição da câmara municipal atuem de modo a proteger os últimos sete quilômetros de calha natural do Paranapanema nesse momento através de novas leis de defesa ao patrimônio ambiental, por exemplo.
Na última sessão da câmara, os vereadores Luciano Louzada, Alex Villas Bôas, Vinícius Garcia e Carlinhos Pneus foram enfáticos ao ressaltar a necessidade de salvar as corredeiras. Os quatro deixam a casa de leis na próxima legislatura, mas retornam Valberto Zanatta e Denilton Bergamini, ferrenhos defensores do rio nas batalhas de 2012, além de Erico Tavares, que já se posicionou favorável ao trecho vivo. “Não se compra, não se vende e não se negocia a história e o orgulho de um povo”, diz ele.
A professora Adriana Garrote, especialista em gestão ambiental, pontua que a eventual nova barragem no município, além de destruir os sítios arqueológicos restantes, prejudicando a preservação da história local, acabaria com a única possibilidade do desenvolvimento de ecoturismo na cidade, já que o Plano Diretor de Turismo recém-elaborado em Piraju prevê a utilização plena das corredeiras e do trecho de mata preservado para a prática esportiva e de lazer.

Protagonismo da Comunidade

Tanto Cerveira quanto o pirajuense Ricardo Assaf acreditam que o momento atual exige uma ação mais efetiva da comunidade de Piraju em relação à proteção do rio. Assaf aposta num projeto de iniciativa popular pedindo o tombamento do rio por sua importância histórica e cultural para o município.
Lutar pelo rio Paranapanema é uma ação familiar aos moradores da Estância, que já se manifestaram em diversas ocasiões desde os tempos da investida da Braskraft, nos anos 70. Em 2012, as ações concentraram-se na própria câmara municipal, num momento em que vereadores pretendiam derrubar as leis ambientais para favorecer os barrageiros.


Canoagem

No dia 27 de agosto, data em que se comemora o Dia do Rio Paranapanema, o canoísta Daniel Negrão e a instrutora Milene Wolf compareceram ao evento em celebração ao rio na Praça da Brasilinha e sustentaram o quanto as corredeiras são fundamentais para o treinamento e formação de atletas da canoagem slalom. De acordo com os atletas, o trecho vivo do Panema é essencial para que Piraju continue sendo celeiro de canoístas de nível olímpico, tais como Pepê Gonçalves, Anderson Oliveira e Charles Corrêa, que fizeram bonito nos jogos olímpico do Rio de Janeiro esse ano.
Como se pode observar, a usina pretendida pela barrageira gaúcha EC Brasil traria não só prejuízos ambientais para Piraju caso saísse do papel, como também prejuízos históricos, culturais, esportivos e até mesmo políticos, já que a empresa desrespeitou o arcabouço legal construído pelo município ao longo de anos para defender seu maior patrimônio: o Panema Vivo!

2 comentários:

  1. para que serve o STF. Interesses que não são do povo. E tenho dito, essa velharada nomeada para dizer amem a político. O brasileiro precisa reagir contra tudo que não presta e vai contra seus interesses

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