"Salvar o planeta e abandonar o capitalismo, ou salvar o capitalismo e abandonar o planeta"?
Black
Friday teve início nos Estados Unidos, mas já é uma realidade consolidada no Brasil Foto: Tiago Martins |
Todos os
anos, o mundo do consumo celebra, no dia 29 de novembro, o Black Friday,
uma promoção realizada tradicionalmente nos Estados Unidos, no dia seguinte ao
feriado de Ação de Graças. O evento, muito popular em lojas físicas no país,
marca o momento em que varejistas norte-americanos fazem promoções com
descontos maiores que os oferecidos durante o ano todo. No Brasil a
iniciativa oferece, desde 2010, produtos na internet com preços que chegam a
até 80% de desconto.
Em tom de
crítica ao consumismo da iniciativa norte-americana, o Greenpeace lançou o
"Green Friday" em prol das florestas brasileiras
A data
tem causado alvoroço em todo o mundo. A quem diga que "hoje, a humanidade
enfrenta uma escolha difícil: salvar o planeta e abandonar o capitalismo, ou
salvar o capitalismo e abandonar o planeta", como defende o escritor e
ativista Fawzi Ibrahim.
Na
América do Norte, onde o evento foi criado, a iniciativa também está longe de
ser uma unanimidade. Em artigo divulgado no site Treehugger, por
exemplo, a blogueira canadense Katherine Martinko afirma que tem uma
imagem "terrível" do Black Friday, não só por causa das filas, mas
também porque "a ganância corporativa traz o pior do comportamento
humano".
Segundo
ela, essa é uma forma de apoiar a ideia de que comprar coisas desnecessárias
faz bem só porque estão baratas é boa. "Eu acho que nós, como sociedade,
precisamos nos mover em direção a comprar menos itens e de qualidade
melhor", defende a blogueira.
Também em
tom de crítica ao consumismo da iniciativa, o Greenpeace lançou o Green
Friday em
defesa das florestas brasileiras. A organização convida os internautas para
assinar um petição voltada a salvar a mata brasileira. "Não perca essa
oportunidade", frisam os ambientalistas em uma rede social. (Clique
e participe!)
A
blogueira brasileira Clara Corrêa também incentiva o consumo consciente por
meio do Simplificando. Em setembro, a jornalista alertou
quanto as armadilhas publicitárias voltadas para atrair a população: "Você
já parou para pensar em quantas repreensões e ordens nós recebemos todos os
dias? E não digo de chefes, pais, mães ou companheiros. São ordens camufladas
de dicas de amiga, sugestões inofensivas e conselhos bem intencionados. Elas
estão em todos os lugares: na TV, nas revistas, nas ruas, até nas redes sociais
e no blog que vos escreve", escreveu Clara, ao lembrar que somos muito
mais do que consumidores.
"Mais
do que consumidores apáticos que absorvem tudo que vem de 'lá', está na hora de
sermos co-criadores dessa indústria, de saber dizer não e exigir que a nossa
liberdade de não querer comprar seja respeitada. Nós somos muito mais do que
consumidores, somos gente que pensa e que sabe que é impossível vender
felicidade em um comercial de 30 segundos. Está na hora de sair da inércia,
mostrar nossa voz e deixar bem claro que o que a gente quer não tem preço, nem
prazo, nem promoção."
Fonte: Portal EcoD
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