Fapi vira palco para discussão das hidrelétricas

Clipping de Notícia
Jornal Debate - Santa Cruz do Rio Pardo
de 12 a 19/06/2011
http://www2.uol.com.br/debate/1575/index.htm


OURINHOS — Encontro reuniu ambientalistas e representante da Hidrotérmica para discutir impactos das usinas no Pardo; ator Umberto Magnani participa do evento


Os projetos para a construção de 3 PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) no rio Pardo, sendo duas em Santa Cruz do Rio Pardo, provocaram um debate na quinta-feira, 9, no recinto da Fapi (Feira Agropecuária e Industrial) de Ourinhos. A “mesa redonda” foi promovida pelo movimento “Rio Pardo Vivo”, que engloba membros da Associação Rio Pardo Vivo e outros ambientalistas contrários às usinas. O ator santa-cruzense Umberto Magnani Netto participou do evento.


A Hidrotérmica, empresa que está reivindicando a licença para construir as usinas, foi representada pelo funcionário João Marcelo, que abordou superficialmente os projetos. Ele admitiu que foi enviado pela Hidrotérmica em cima da hora. Já o presidente da Associação Rio Pardo Vivo, Beto Magnani, alertou para a importância das correntezas — que devem ser reduzidas sensivelmente com as barragens — na reprodução dos peixes. O dourado, por exemplo — que ainda é encontrado no Pardo —, necessita percorrer de centenas de quilômetros para a desova.
Ele também alertou que o real objetivo das PCHs é descentralizar a geração de energia, o que não ocorreria na região. “Estamos cercados de hidrelétricas e não precisamos de mais”, disse, lembrando o potencial turístico do Pardo, que pode se perder com as usinas.
O professor Edson Piroli, da Unesp de Ourinhos, alertou sobre a degradação ambiental provocadas pelas futuras PCHs. “Eles querem derrubar a mata de uma área que deve ser preservada. O que faremos com a fauna silvestre? Onde vamos guardar esses animais?”, questionou. Ele explicou que até as abelhas — que vivem nos troncos das árvores — vão desaparecer com a inundação, prejudicando a polinização. “Se vão plantar uma mata nova, as abelhas vão esperar as árvores crescerem?”, ironizou Piroli.
Prejuízos
 — O presidente do Sindicato Rural de Santa Cruz do Rio Pardo, Antônio Salvador Consalter, disse que os produtores rurais serão prejudicados economicamente. Segundo ele, algumas propriedades poderão perder 60% de sua área. “Além disso, as indenizações não foram estipuladas. Estamos falando da melhor terra do País e vão pagar o valor que eles quiserem”, afirmou, avaliando que 155 propriedades serão afetadas. “Vão expulsar o produtor daquilo que ele sabe fazer. Com o alagamento, 1.600 alqueires serão banidos”, afirmou.
No final do evento, o ator santa-cruzense Umberto Magnani Netto questionou o representante da Hidrotérmica sobre uso de dinheiro público, através do BNDES, para a construção das usinas. “Eles vão estragar o que é nosso e com o nosso dinheiro”, esbravejou.
Amante do Pardo, Magnani se emocionou ao falar do rio onde passou a infância e juventude.



“Eu desci muito o rio de boia. Esse rio não pode acabar”, disse.   

Nenhum comentário:

Postar um comentário